domingo, 30 de março de 2014

Manifesto manifesto.

Apresento-vos meu manifesto poético !
O poema-vivo, manifesto
nas entrelinhas de vossas vivências

Doutrinas não regam os jardins do poeta liberto
pois a vivacidade não brota sobre raízes mortas

O poema é um anjo e um demônio
Cada palavra transcrita,
um membro dissecado das duas criaturas em seus alicerces

o que lhes arranca as asas.
o que lhes arranca o chão.

Transcendência !
A felicidade trepando com a ilusão.

concomitâncias poéticas contraditórias segundo a lógica dos sentenciadores
E perfeitamente convincente para quem sente em si as dores

Vivaz ! Louco ! Fugaz !
Três vivas ao Poema que se faz vivo !
Viva ! Viva ! Viva !
Pândegas da morte faz quem dele se aviva.

O acaso é a fonte da transitoriedade dos fatos
Você é um fato, e um feto
[fecundado pelo acaso
Transitório pela Casa.

Sombra incerta é o final
piada satânica de Deus

Heiamos de pandegar, viver até morrer
Nos embriagando da ocasião, fazendo vivo o poema dos sem-vida
Que por si só é morto, eis que aqui vos anuncio a redenção:







Dentro de si mesmos.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Circo Voador.

Sob as luzes da Lapa
não enxergo nada
além dos Arcos
Tudo me parece um circo
que voa Alto
a platéia são os indigentes
a calçada suja é o meu palco
bem-vindo seja ao espetáculo
pague e dispute lugar com os ratos
Financie o meu show
com um pouco de sua boa vontade
Na cidade maravilhosa
de nome Fome
teus palhaços se devoram
pois a tempos não comem
Fazem estripulias
é o mega circo dos horrores
vendem as suas filhas
em troca de míseros favores
É o mega circo dos horrores
Financie o meu show
pague com a hipocrisia
de quem nunca errou...

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sangue e mel.

Em meus dedos
a face dos meus medos
na ponta da caneta
a tinta preenche o vazio do papel
que é da alma o espelho
Escasso é o espaço entre a terra e o céu
Mas nestas linhas
onde o poeta caminha
me seguro nesse muro que alinha uma a outra
Eu sei que a vida é louca, ao mesmo tempo pouca
e já rouca ela grita por menos sangue, mais mel...

sábado, 22 de março de 2014

Devaneios.

Quero morrer bem cedo
só pra saber
o que tem do outro lado do espelho
E escapar dessa mania humana
de matar a si próprio de joelhos
Pra escapar de toda essa malícia
que assola cada célula nossa
Que cada uma vire pó e só assim
eu me torne melhor do que sou
agora...]
Nada sou agora
Só uma peça imposta
produto expelido das feridas de alguém
que brinca e brinda os copos
se embebedando nos devaneios de sua própria criação
Sou a incógnita...
a loucura das mentes empodrecidas de fé e razão
Tamanho lascivo e tentador
mal é este que me acompanha
Que me vicia, que me iluda
Jesus Cristo, Buda
Oh tortura ! São a mesma criatura
São todas elas em seu acesso de loucura:
O espelho
o joelho
o devaneio
a ferida
a incógnita
a dúvida...
Pois se há uma ordem estabelecida em meio a tanto caos
seria a ordem em si, produto de todo esse Mal...

Madrugada.

A madrugada e os seus mistérios tentadores
É no silêncio que desatento eu me prospero
A carne quente, o sangue frio
É chave e corrente, chama e pavio.

A madrugada é nascente ao oposto das vidas:
Invertendo torrentes, adormecendo viventes
Fazendo-os trincar entre os dentes
desventuras sofridas]

A madrugada é faminta de desejos ímpios
íntimos, se libertam e se banham em pecado
Manchando a lua pálida com escárnio
Vomitando em sua pureza quase de ímpeto.

A madrugada e os seus demônios geniais
Trazem prazer aos amantes de alma mordaz
Levem-nos à loucura, gozem com suas dores !
A madrugada e os seus mistérios tentadores.

Proposta do blog.

Criado pelo [sub]poeta Matheus Duarte, com o objetivo de divulgar seus trabalhos ligados aos poemas e textos acerca da condição humana.

Espero que apreciem o blog e suas temáticas.
Até!